O DEM criticou a concessão de refúgio político a Cesare Battisti. O italiano é condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos. Battisti nega os crimes. Ele recebeu status de refugiado político em janeiro do ministro Tarso Genro (Justiça).
Em nota, o DEM diz que é contra o refúgio político por entender que os crimes de Battisti não guardam nenhuma relação com sua eventual atuação política. "Foram crimes comuns, julgados pela justiça comum da Itália e com amplo direito de defesa", afirmou o deputado federal Paulo Bornhausen (DEM-SC).
Bornhausen e o deputado Efraim Filho (DEM-PB) estiveram no Parlamento italiano em missão oficial. Lá, se reuniram com o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados da Itália, deputado Stefano Stefani, que disse aos brasileiros que as relações entre os dois países sofreria abalo se corte brasileira confirmar a decisão do governo federal de dar refúgio político a Battisti.
Tarso Genro defendeu hoje a concessão de refúgio político a Cesare Battisti. O ministro disse hoje que Battisti não seria condenado se tivesse direito a novo julgamento.
"Hoje, qualquer juiz absolveria Battisti por insuficiência de provas porque o elemento fundamental da sua condenação vem da palavra de um corréu que negociou a delação premiada enquanto ele estava fora do país."
A Itália recorreu da decisão de Tarso ao STF (Supremo Tribunal Federal), que analisará o pedido de extradição de Battisti. Tarso disse que a decisão do Supremo deve ser respeitada.