Com a forte queda no PIB, além da forte retração da produção industrial, já divulgada pelo IBGE, as expectativas são de que o Copom (Comitê de Política Monetária) corte os juros em 1,5 ponto percentual na reunião que termina amanhã e define a nova taxa. Atualmente, a Selic está em 12,75% ao ano.
"Desde que saiu o número da produção industrial, passei a prever corte de 1,5 ponto percentual. A idéia é terminar o ano ainda com dois dígitos, em torno de 10% ou 10,25% ao ano", disse Álvaro Bandeira.
Ele lembrou que já há economistas prevendo que a Selic termine o ano em torno dos 9%, mas isso vai depender da resposta da inflação ao longo do ano. Élson Teles, da Concórdia, também acredita que a Selic termine o ano em torno de 10%, no máximo em 9,75%. Mas, para a reunião desta semana, sua aposta é de que o corte seja apenas 1 ponto percentual.
"O ajuste total deve ser maior do que se previa antes, mas isso não quer dizer que o BC precisa acelerar o ritmo de cortes da taxa de juros. Ele até teria justificativa para acelerar, porque os dados de produção têm decepcionado, com efeitos da crise externa", disse Teles.
O economista lembrou, no entanto, que a inflação tem apresentado rigidez na queda, ao menos nos setores ligados ao consumo interno. A divulgação do IPCA, amanhã de manhã, deverá ser crucial para a decisão do Copom. (folha online)