A Itália não aceita lições de como "combater o terrorismo de acordo com as leis e os direitos dos presos", afirmou o ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, nesta segunda-feira, referindo-se ao conflito diplomático com o Brasil pela extradição de Cesare Battisti.
Frattini criticou a postura de "alguns" que pretendem dar estas lições, "sem, no entanto, devolver uma pessoa que deve cumprir a sua pena", em alusão ao governo brasileiro, que concedeu refúgio político ao ex-militante italiano em janeiro passado, ocasionando uma distensão entre os dois países.
Preso no Brasil desde 2007, Battisti é solicitado pela Itália, onde é condenado por quatro homicídios cometidos na década de 1970, quando integrava o grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).
O caso do italiano é analisado agora pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que deve anunciar se apoia o refúgio, concedido pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, ou a extradição, como pede o governo italiano.
Nesta semana, Tarso deverá comparecer à Comissão de Relações Exteriores do Senado para explicar os motivos que o levaram a conceder o status de refugiado a Battisti. O pedido para ouvir o ministro, apresentado pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI), foi aprovado por unanimidade pela comissão na última quinta-feira. Folha online