O mercado de trabalho formal brasileiro já perdeu 797,5 mil vagas desde novembro, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apurados para reportagem da Folha. O número é equivalente ao da população de São Bernardo (SP), com 781 mil habitantes.
Em janeiro, pelo terceiro mês seguido, as demissões superaram as contratações com carteira assinada, e o saldo de vagas ficou negativo em 101.748 postos. Foi o pior resultado para o mês de janeiro da série histórica do Caged, levantamento mensal de vagas formais do Ministério do Trabalho. A última vez em que houve saldo negativo de empregos formais em janeiro foi em 1999- ano da desvalorização do real.
O corte de vagas com carteira assinada foi menor em janeiro que dezembro, mas ainda indica forte contração de empregos formais no país.
São Paulo --maior Estado empregador do país-- continuou puxando a queda do emprego formal. A cada cem vagas fechadas no mercado em janeiro, 38 ocorreram em empresas do Estado. Rio de Janeiro e Minas Gerais vieram em seguida.
Segundo o ministro Carlos Lupi (Trabalho), o mercado deverá reagir a partir de março. Ele afirmou nesta última quinta-feira que o mês de fevereiro deverá ter um desempenho fraco, mas ainda assim será melhor do que janeiro.
"O resultado de 102 mil negativos não é bom para o país, mas há demonstrações inequívocas da melhora da economia nacional. Fevereiro já será um resultado diferente desse de janeiro impulsionado por construção civil e serviços", afirmou.
O ministro admitiu rever a previsão de criação de 1,5 milhão de empregos no fim do ano. Segundo Lupi, ele mantém a expectativa alta, mas fará uma revisão do número após o resultado do Caged de março.
Leia na Folha