O terceiro compromisso de Bento XVI neste sábado, na Jordânia, foi a visita ao Museu Hascemita e à Mesquita Al-Hussein Bin-Talal e, a seguir, o encontro, sempre na mesquita, com os líderes religiosos muçulmanos, com o corpo diplomático e com os reitores das universidades jordanianas.
Bento XVI dedicou seu discurso à relação entre cristãos e muçulmanos. Hoje, disse o pontífice, a religião é acusada de falir na sua pretensão de ser, por sua natureza, construtora de unidade e de harmonia.
"De fato, muitos afirmam que a religião é necessariamente uma causa de divisão no nosso mundo. Certamente, reconhece o papa, o contraste de tensões e divisões entre fiéis de diferentes religiões não pode ser negado.
Todavia, isso não é o fruto de manipulação ideológica da religião, às vezes com fins políticos, o real catalisador das tensões e das divisões e também das violências em nossa sociedade?" – questiona Bento XVI. É por isso que hoje cristãos e muçulmanos devem se empenhar para serem reconhecidos como adoradores de Deus fiéis à oração, desejosos de comportar-se e viver segundo as disposições do Onipotente
.A seguir, o Papa cita uma série de iniciativas promovida pelo Reino da Jordânia na promoção do diálogo inter-religioso, afirmando que o país constitui um exemplo persuasivo para a região e para todo o mundo da contribuição positiva e criativa que a religião pode e deve dar à sociedade civil.
Neste testemunho, cristãos e muçulmanos podem contribuir de maneira especial, pois reconhecem o vasto potencial da razão humana, principalmente quando iluminada pela fé. Portanto, afirma o pontífice, a adesão genuína à religião – longe de restringir as nossas mentes – amplia os horizontes da compreensão humana.
Isso protege a sociedade civil dos excessos de um ego ingovernável, que tende a absolutizar o finito e a eclipsar o infinito.Por fim, o Papa se dirigiu ao patriarca de Bagdá, Sua Beatitude Emmanel II Delly, presente no encontro como representante da comunidade cristã iraquiana que vive na Jordânia.
"Mais uma vez, peço com insistência a diplomatas e á comunidade internacional, aos líderes políticos e religiosos locais, que façam todo o possível para garantir à antiga comunidade cristã daquela nobre terra o direito fundamental da coexistência pacífica com os próprios concidadãos", concluiu Bento XVI.
Na parte da tarde de hoje, está previsto um único compromisso: a celebração das Vésperas com os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, os seminaristas e os movimentos eclesiais na Catedral Greco-melquita de São Jorge de Amã.
Rádio Vaticano