O jornal britânico "The Independent" acusa neste sábado o príncipe Charles, da Inglaterra, de ser inconsequente por defender a proteção da natureza enquanto uma empresa de sua propriedade vende produtos que contêm um ingrediente que destrói a floresta tropical.
Jornal acusa príncipe Charles (na foto, no Rio) de vender itens que destroem floresta
O jornal se refere ao óleo de palma, utilizado em cinco produtos da marca Duchy Originals de produtos biológicos, de propriedade do herdeiro do trono britânico.
Nos últimos meses, Charles foi à Amazônia e à Indonésia para defender perante políticos, empresários e o público em geral a urgência de salvar a floresta tropical, cuja rápida destruição ameaça a biodiversidade e o clima do planeta.
Há dois anos, o primogênito de Elizabeth 2ª criou o Rainforest Project (Projeto Floresta Tropical) com o apoio de 18 empresas, do Goldman Sachs ao McDonald's, para lutar contra o desmatamento, lembra o jornal.
Vários grupos ambientalistas, como Greenpeace, WWF e Amigos da Terra, expressaram sua preocupação pela destruição das selvas de Sumatra e Bornéu em benefício das plantações para o óleo de palma, que é cultivado também em Papua Nova Guiné e Colômbia.
O "Independent" publicou um relatório que revela a presença desse tipo de óleo em 43 grandes marcas de produtos vendidos no Reino Unido, entre elas a do príncipe Charles, que o utiliza em biscoitos, sopas e bolos.
No entanto, um porta-voz da empresa do príncipe defendeu essas práticas ao indicar que só cinco de um total de mais de 200 produtos diferentes contêm óleo de palma, que é usado "em pequenas quantidades" e só "se não houver alternativa".