sexta-feira, 1 de maio de 2009

Igreja fala de Família, Segundo casamento e Trabalho

Em favor da Família

Dom Orlando explicou que o Manifesto da CNBB em Favor da Família não foi uma nota, mas sim, um manifesto mesmo, para acentuar que a família está sendo agredida. "Há hoje no Congresso mais de 40 projetos contra a vida ou família, e além disso, existem muitas ONGs que pretendem mudar o conceito de família, com as uniões similares à família que estariam sendo interpretadas como família. Então a Comissão tem trabalhado e deixado claro que a família significa uma comunidade de vida fundamentada no matrimônio, na união de um homem e uma mulher.

"Além de ajudar o povo a entender os elementos fundamentais da família, queremos ajudar as pessoas a dar respostas a tantas idéias e críticas que circulam todos os dias por aí, na sociedade ou na nossa cultura", enfatizou o bispo.

Segundo ele, há dois anos foi feita uma pesquisa no Brasil para saber quais os maiores valores de nossa sociedade e "a família veio em primeiro lugar, antes mesmo do dinheiro e do trabalho".

A família é a instituição mais antiga da sociedade e, portanto, afirma Dom Orlando, "o Estado está a serviço da familia".

E aproveitou para convidar todos para a Peregrinação Nacional em Favor da Família, que acontecerá no dia 24 de maio, das 8h às 12h, no Santuário Nacional de Aparecida (SP). "Nossa Comissão chegou a conclusão de que estaria na hora de fazer uma peregrinação nacional, uma manifestação, um gesto profético em nossos dias, e manifestar aos meios de comunicação a nossa posição em defesa da família".

Dom Orlando sugeriu ainda, que os que não puderem ir realizem em suas paróquias este evento, já que ele está em plena comunhão com a CNBB e, ainda mais, que até financiassem para os mais pobres que não podem ir a peregrinação, para que participem.

Casamento de segunda União

Após o Sínodo de 1994, a Igreja mudou até a forma de falar sobre os casamentos de segunda união, desde então, não se fala mais que eles "estão em pecado", para contemplar melhor a diversidade de situações, mas sim, em situação irregular, explicou Dom Orlando.

A Igreja tem a Pastoral Familar, que em seu setor especial, cuida dessas pessoas. "Estamos indo às casas, falamos com elas e dizemos que a Igreja mudou muito sua posição a respeito dessas famílias".
"O que se está reafirmando é que as pessoas estão em situação irregular, mas nem por isso deixam a comunhão com a Igreja.

Na prática, essas pessoas são convidadas a trabalharem na Igreja. assumirem funções. Elas não podem comungar, e está é uma realidade dolorosa, mas Deus salva a todos, e o sacramento não é a única forma de salvação", disse Dom Orlando.

E Dom Angélico acrescentou que os casais que vivem esta situação "podem recorrer ao Tribunal Eclesiástico e, muitos casos podem ter uma solução e ser regularizados com a nulidade matrimonial".

Mensagem dia 1º de maio

Dom Angélico falou sobre a mensagem da CNBB para o Dia do Trabalhador e disse que, como já dizia João Paulo II, "o trabalho é a chave, talvez, a mais importante na solução da problemática social".

E a CNBB fez uma nota "clamando por trabalho para todos os homens e todas as mulheres capazes de trabalhar" e convidou a todos os intelectuais a darem as mãos "neste clamor por trabalho e para que haja uma remuneração efetivamente digna".

"Nós temos que defender novas frentes de trabalho", enfatizou e recordou que 1º de maio é um dia de luta e de luto, pelos que deram a vida pela dignidade no trabalho.

O bispo defendeu ainda que é preciso apoiar as justas reivindicações das classes dos trabalhadores e suas localizações e afirmou "eu acredito que a Economia Mundial possa ser reorientada".