segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Bispo que negou holocausto é retirado do cargo

O bispo inglês radicado na Argentina Richard Williamson, que negou a existência do holocausto, foi retirado no domingo à noite da direção do seminário de La Reja, da Fraternidade Sacerdotal Pio 10, uma ala conservadora e dissidente da Igreja Católica.

A decisão foi anunciada pelo superior da ordem religiosa na América do Sul, o padre Christian Bouchacourt, que disse que as afirmações de Williamson "não refletem, de forma alguma, a postura da congregação". Segundo Bouchacourt, bispos católicos só podem falar com autoridade de questões ligadas à fé e à moral.

As primeiras declarações de Williamson negando o holocausto e o uso de câmaras de gás durante a Segunda Guerra foram feitas a uma TV sueca e provocaram críticas internacionais, tanto de governos como de organizações judaicas. Na quarta-feira passada, o papa Bento 16 pediu que o religioso se retratasse.

O bispo no entanto disse à revista alemã Der Spiegel, que chega às bancas nesta semana, que antes de se retratar precisaria rever as provas históricas. "Se encontrar as provas, me corrigirei, mas para isso é preciso tempo", disse Williamson.

No domingo, Williamson não celebrou a missa. A Fraternidade Sacerdotal Pio X foi fundada em 1969 pelo bispo francês dissidente Marcel Lefebvre, que discordava das reformas introduzidas pelo Concílio Vaticano II.

Estima-se que o movimento conte com 600 sacerdotes e 400 mil fiéis em todo o mundo. A ala segue a tradição de celebrar as missas em latim.

por BBCBrasil