segunda-feira, 25 de maio de 2009

PAINÉIS LUMINOSOS

Por Rodolfo Juarez

Na terça-feira, 19, completei 63 anos de idade. Recebi de todos os meus companheiros de trabalho demonstrações diversas de carinho, amizade e respeito.
Da minha família, então, emocionantes declarações de intenso amor!
É bom fazer 63 anos.
Acho até que poderia ser baixado um decreto por Deus proibindo as pessoas morrerem com menos de 63 anos, ou, antes de completar 63 anos.
Quero conclamar a todos aqueles que ainda não têm 63 anos para começar um movimento que motive a Deus não deixar ninguém “viajar” antes de completar essa idade.
Quando eu comecei buscar justificativas para motivar a deflagração do “movimento”, jamais tentado, o meu subconsciente se mostrou completamente atrapalhado para me ajudar. Começaram a aparecer propostas absurdas, completamente equivocadas e sem apresentar o nexo necessário para fazer sentido.
Levantei, tomei um pouco de água e fique tentando organizar, outra vez, o meu pensamento. Minha cabeça estava “a mil”.
Não vinha nada, tinha havido um interrupção total no fluxo de mensagens do cérebro para os meus dedos se movimentarem sobre as teclas que levava as letras para a tela do computador.
Algumas frases feitas começaram a ser depositadas na minha mente, todas muito objetivas e legíveis. Agora havia sido ligada uma espécie de luz na zona da minha cabeça de onde saem os meus pensamentos. Lá estavam frases feitas assim:
“Os mentirosos não merecem viver até aos 63 anos”; “os pedófilos não merecem viver até aos 63 anos”; “os vadios não merecem viver até aos 63 anos”; “os aproveitadores não merecem viver até aos 63 anos”. As frases eram muitas, colocadas umas sobre as outras, que começaram a rodar, rodar, até complicarem completamente a leitura.
Parou outra vez o pensamento e, outra vez a consciência voltou a funcionar, chamando a minha atenção para aqueles que morreram antes dos 63 anos e que não levariam qualquer uma daquelas faixas. Pessoas que ainda hoje fazem falta, pessoas que despertam o sentimento da saudade, pessoas que ainda estão presentes e que, certamente, nunca vão deixar de estar de habitar meu consciente.
Nesse momento, como em “painéis luminosos” apareceram perfeitos os nome do meu pai, do Evandro, da Josi, e de tantas outras pessoas queridas que se foram antes dos 63 anos e que, tenho certeza, estariam entre nós trabalhando para que o caminho do amor fosse cada vez mais amplo, belo e correspondente à justiça que imagino para cada um de nós.
Já menos audacioso, não mais queria pensar no tal “decreto”, que cheguei a sugerir no começo. Estava, certamente, tomado por um desacerto no meu raciocínio que, provavelmente empolgado, já estava querendo opinar demais.
A regra é de Deus e só a Ele cabe avaliar.
Temos que ficar por aqui, até aqueles que completam os 63 anos, agradecendo por Ele ter permitido que isso fosse possível, principalmente quando ao lado da família, dos amigos e dos companheiros de trabalho.