segunda-feira, 15 de junho de 2009

A AVALIAÇÃO SERÁ NAS URNAS

por Rodolfo Juarez

Para quem já está acostumado com a forma que o presidente Lula, e sua equipe econômica, encaram as questões da economia, não tem ficado surpreso com os seus anúncios de que tudo está sob controle e que no próximo trimestre vai ser melhor e que o Brasil vai “dar a volta por cima”.
O começo da crise, nos Estados Unidos, no começo do ano passado, era previsível que outros países seriam atingidos e, dentre eles, o Brasil.
Isto porque a economia mundial é interdependente e, especialmente em casos de países emergentes, como o Brasil, as relações comerciais são mais comprometidas, tanto em relação às perdas, como aos ganhos nas balanças comerciais.
O presidente Lula, entretanto, assim como sua corte de arrogantes procurar minimizar a questão, e fez isso em várias oportunidades, tentando desfazer as informações que vinham de fora para dentro e, aqui maquiada pela equipe econômica, era repassada para a população, como se o povo não fôssemos esclarecidos e não soubéssemos acompanhar as notícias que vinham do hemisfério do norte.
Apesar de tudo, após identificação dos interesses que geraram a conjunção de esforços de várias nações, a crise não teve o tamanho e não gerou o impacto previsto, a não ser em alguns pontos, como os Estados Unidos e alguns países da Europa, mais o Japão.
Mesmo assim, e embora com certo atraso, os impactos se dão no Brasil.
É bem verdade que algumas medidas inteligentes, inspiradas em outros países, foram tomadas pelo governo, o que ajudou a diminuir o problema. O irônico disso tudo, é que, na análise dos grandes nomes da economia mundial, o que sustentou a brasileira, impedindo-a de ir à bancarrota, foi o sólido sistema financeiro nacional. Aquele mesmo sistema, tão criticado antes de 2003, e de forma irracional, por esses que hoje são governo.
Aliás, de toda aquela crítica o que restou? Restou a adoção da mesma estrutura econômico-financeira, que obteve saltos de crescimento, cavalgando um momento mundial único nas últimas décadas.
Mesmo assim, o Brasil esteve à frente apenas do Haiti no crescimento dos seus números econômicos, enquanto Rússia, Índia e China, também componentes do BRIC, apresentavam crescimentos mais sólidos, muito embora, recém saídos de crises internas, num momento mundial crítico, até o ano 2001.
Porém, neste momento, neste Governo, se perdeu a oportunidade de crescer ainda mais se fosse dada continuidade à racionalização do Estado, como vinha sendo proporcionado pelos governos anteriores. Mas, o que ocorreu foi o seu inchamento, com criações de Ministérios, contratações de funcionários, burocratização dos sistemas, uma rica vida, administração pública perdulária, superposição de atividades, para confundir o acompanhamento de gastos, etc.
Enfim, a crise chegou e o PIB garantido de 4, pelos falantes homens da equipe econômica, já está praticamente zerado a sua previsão na opinião dos analistas, muito embora o governo já se conforme com o crescimento do PIB em 1%.
O fato é que as estratégias econômicas não apresentaram os resultados calculados e não foi só por causa da crise internacional foi, também, por causa da autoconfiança dos membros da equipe econômica e um descuido na análise do que acontecia fora do País. Alguém será responsabilizado por isso?
Diretamente não, não será. E por uma simples razão, o setor público em uma democracia e não é avaliado pelo resultado isolado da sua economia, é avaliado pelo seu resultado social e pelo resultado das urnas.