segunda-feira, 1 de junho de 2009

O ESCORPIÃO E A FOLHA DE URTIGA

O brasileiro, desde o mais instruído ao menos instruído, tem encontrado dificuldades para falar em defesa da Amazônia. A proximidade, a responsabilidade e as evidências têm sido os principais freis a nos limitar para dar as respostas completas e sem qualquer possibilidade contraposição.
Somos guardiões de orientações e leis que vêm de algumas partes do mundo e regiões brasileiras que não conseguiram apresentar resultados em seus planos de preservação ou de reservas ambientais para o futuro de todos.
Nessa guarda os amazônidas se arvoram a selecionar o que cumprir e o que não cumprir, sem que pra isso disponha de uma elementar proteção ou justificativa que possa contribuir contra as cobranças daqueles que agora falam em nome do planeta, da sobrevivência das pessoas ou de uma espécie rara da fauna, nem que seja um escorpião ou de uma espécie da flora, nem que seja uma urtiga.
Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, quando os brasileiros assumiram a responsabilidade de “preservar o ambiente natural para as gerações futuras” que muitos “aventureiros” se embrenham pelas mentes das pessoas, utilizando-se dos mais diversos artifícios, para mostrar ao povo daqui e de fora, que, agora, estão “dispostos a lugar, sem tréguas, para garantir o que manda a Constituição”.
Atenção! Só agora estão com esse discurso. E não são poucos e são de matizes sociais, as mais diversas que se possa imaginar – são os “militantes” de ocasião. Um exemplo é atriz de TV, Cristiane Torlone, que, de uma só vez, conseguiu falar uma série imensa de bobagens que era muito melhor que tivesse permanecida calada.
A mesma coisa está fazendo o próprio ministro do Meio Ambiente do Governo Federal, Carlos Ming, que ainda não conseguiu perceber que ele é ministro no Brasil e que a Amazônia é no Brasil.
Não há como avançar em um programa sem conquistar a confiança do homem da Amazônia, aquele que, durante esses quinhentos anos de descobrimento, tem conseguido com suas próprias regras, manter essa área tão grande e sempre tão desejada por outros povos, intacta.
As mazelas começaram quando os alienígenas avançaram, com a permissão dos governos, sobre aquilo que o homem daqui, com seu próprio esforço, conseguiu preservar durantes todo esse tempo e sem qualquer quebra do equilíbrio ambiental.
Não seria justo imaginar que não houve luta que não houve enfrentamentos, seja entre homens, seja de idéias. Houve sim. E não foi só uma, foram várias e demoradas, patrocinadas, é verdade, pelo espírito de conquista de alguns que se aventuravam a instalar repartições em terras amazônicas.
Os que aqui estavam nunca deixaram de perceber que o futuro da floresta tinha que ser garantido conforme o futuro dos habitantes da floresta e, não só os animais, mas também o homem. Exatamente aquele que podia apresentar as condições que hoje temos para aqueles que bradam afirmando que a “Amazônia é o pulmão do mundo”.
Foram eles que, apenas com o produto da floresta e sem qualquer agressão a ela, mandaram seus filhos, primeiro para a escola primária, depois para o ginásio, para o colégio e, posteriormente, para as Faculdades e Universidades.
Eles foram e se graduaram. A imensa maioria voltou para continuar o trabalho iniciado por quatro ou cindo gerações anteriores. Foi quando, também, vieram os “cuidadosos” da ocasião, que ai estão, mais rosnando do que falando. Mais errando do que acertando.
E, até agora, não descobriram a diferença entre uma rosa e uma urtiga e entre um escorpião e uma borboleta.
Dessa forma e com esse conhecimento, ainda vão demorar muito para descobrir aquela diferença e nós para acreditar neles.