Depois do encontro com o presidente israelense, Shimon Peres, o Papa Bento XVI se dirigiu para um dos momentos mais aguardados desta viagem: a visita ao Memorial Yad Vashem de Jerusalém, que é o monumento à memória do Holocausto.
O papa foi acolhido pelo presidente e pelo diretor do Centro e percorreu a pé o perímetro do Memorial, até chegar ao ingresso de honra, onde o aguardavam Shimon Peres e o rabino-presidente do Conselho do Yad Vashem.
Ao tomar a palavra, Bento XVI disse: "Vim aqui para deter-me em silêncio diante deste monumento, erigido para honrar a memória de milhões de judeus assassinados na terrível tragédia do Holocausto.
Eles perderam a própria vida, mas jamais seus nomes: os nomes estão estavelmente incididos nos corações de seus familiares, dos seus companheiros de prisão e de quem combate para impedir que um horror semelhante possa desonrar novamente a humanidade.
Especial e principalmente, seus nomes estão incididos de modo indelével na memória de Deus Onipotente".
Como aconteceu com Abraão, recordou o pontífice, a fé de milhões de judeus foi provada. Assim como para Jacó, também eles foram imergidos na luta entre o bem e o mal, enquanto lutavam para discernir os desígnios do Onipotente. "Que o nome dessas vitimas jamais pereça! Que seus sofrimentos nunca sejam negados, diminuídos ou esquecidos!"
Por sua vez, disse o pontífice, a Igreja Católica sente profunda compaixão pelas vítimas: "Do mesmo modo, ela se alia com as pessoas que hoje estão sujeitas a perseguições por causa da raça, da cor, da condição de vida ou da religião, o sofrimento delas é o sofrimento da Igreja, assim como é sua a esperança delas por justiça.
Como Sucessor de Pedro e Sucessor do Apóstolo Pedro, reitero o empenho da Igreja a rezar e a trabalhar sem cansar para garantir que o ódio nunca mais reine no coração dos homens".
Mas é do Livro das Lamentações que Bento XVI tira as palavras para manifestar a confiança inabalável em Deus, palavras repletas de significado seja para judeus, seja para cristãos: "Os favores de Iahweh não terminaram, suas compaixões não se esgotaram; Elas se renovam todas as manhãs, grande é a sua fidelidade! Eu digo: 'Mia porção Iahweh!Eis porque nele espero'. Iahweh é bom para quem nele confia, para aquele que o busca. É bom esperar em silêncio a salvação de Iahweh."
Para concluir o Papa manifestou sua gratidão por estar ali: "Queridos amigos, sou profundamente grato a Deus e a vocês pela oportunidade que me foi dada de me deter aqui em silêncio: um silêncio para recordar, um silêncio para esperar".
Rádio Vaticano